sábado, 23 de outubro de 2010

Tardes de Domingo...


Lembro daquelas tardes de Domingo ...

... Naquela estação aonde as pessoas iam e vinham, todos eram meros figurantes deste cenário.

Mas aquele a quem eu observava atentamente sempre ficava sempre protagonista.

Sua pele morena, seu velho rosto simpático, seu chapéu branco inspirava-me a criar dramas que este sempre solucionava magicamente.

Podia mesmo jurar que o algodão-doce que carregava era mágico.

As crianças sabiam disso e eu curiosamente também. Sabíamos destes poderes.

Ele não tinha uma longa barba branca, mas sentia uma vontade tão grande de sentar no seu colo e ouvir suas narrativas. Queria mesmo entender como um rosto tão iluminado e fraterno me levava às lágrimas.

As lágrimas eram transitórias, assim como eu. Eu partiria e voltaria sempre, mas não permaneceria assim como ele. Nesta estação já havia um ator principal e eu não cansava nunca de assisti-lo.

Obrigada pelo espetáculo.

Não só artistas merecem aplausos.

Aqueles que fazem da sua existência uma dádiva aos outros, merecem rosas em todas as tardes de domingo.


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