Lembro daquelas tardes de Domingo ...
... Naquela estação aonde as pessoas iam e vinham, todos eram meros figurantes deste cenário.
Mas aquele a quem eu observava atentamente sempre ficava sempre protagonista.
Sua pele morena, seu velho rosto simpático, seu chapéu branco inspirava-me a criar dramas que este sempre solucionava magicamente.
Podia mesmo jurar que o algodão-doce que carregava era mágico.
As crianças sabiam disso e eu curiosamente também. Sabíamos destes poderes.
Ele não tinha uma longa barba branca, mas sentia uma vontade tão grande de sentar no seu colo e ouvir suas narrativas. Queria mesmo entender como um rosto tão iluminado e fraterno me levava às lágrimas.
As lágrimas eram transitórias, assim como eu. Eu partiria e voltaria sempre, mas não permaneceria assim como ele. Nesta estação já havia um ator principal e eu não cansava nunca de assisti-lo.
Obrigada pelo espetáculo.
Não só artistas merecem aplausos.
Aqueles que fazem da sua existência uma dádiva aos outros, merecem rosas em todas as tardes de domingo.
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